Reiniciar pesquisa
O projeto tem como objetivo principal realizar uma avaliação aprofundada dos condicionantes de crescimento das cidades paulistas, discutir oportunidades de induzir um padrão de crescimento sustentável e desenvolver metodologia que permitirá simular e avaliar políticas públicas para induzir esses padrões desejados de acomodação do crescimento.Para tanto o projeto pretende: analisar como se deu a acomodação do crescimento nas cidades paulistas nessas últimas décadas, considerando tanto o crescimento populacional quanto o de empregos, qualificando-o tanto espacialmente quanto em relação às suas diversas características; projetar para o futuro, até 2040, como deverá ocorrer esta acomodação do crescimento por meio da aplicação e desenvolvimento de metodologias com forte componente econômico; desenvolver metodologias para quantificar os custos associados aos cenários de acomodação do crescimento, em particular, custos associados à acessibilidade e às infraestruturas urbanas; avaliar e caracterizar condicionantes ambientais, de dinâmica urbana e de caminhabilidade relativas à acomodação do crescimento e propor orientações técnicas e diretrizes para mitigação do espraiamento urbano consideradas essas temáticas; analisar criticamente o papel dos instrumentos urbanísticos na acomodação sustentável do crescimento considerando principalmente a indução da ocupação dos vazios urbanos, o PEUC (Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsória) e a função social da propriedade; desenvolver e aplicar em cidades selecionadas metodologia que permita simular cenários induzidos de acomodação do crescimento.O desenvolvimento das atividades de pesquisa oferecerá um conjunto de metodologias, análises e dados à disposição do planejamento das cidades paulistas que permitirá que este planejamento seja realizado em um patamar de qualidade muito acima do que se pode fazer hoje principalmente em relação à gestão do crescimento.Teremos um quadro detalhado de como ocorreu a acomodação do crescimento das cidades paulistas nas últimas duas décadas e projeções até o ano de 2040 e por meio de indicadores de acessibilidade será possível analisar, quantificar e comparar os ganhos e perdas ocorridos no passado ao longo do tempo e que ganhos e perdas se esperam para o futuro até 2040.Assim, o desenvolvimento de metodologias para a modelagem de cenários de crescimento permitirá que políticas públicas para contenção do espraiamento sejam avaliadas criando um instrumental poderoso para o planejamento futuro de cidades sustentáveis. (AU)
O projeto do Centro de Tecnologia Assistiva para as Atividades de Vida Diária tem como objetivo prover soluções para restaurar ou manter a mobilidade pessoal das pessoas com deficiências ou limitações motoras, causadas por problemas como lesão medular, acidente vascular cerebral, doenças como Parkinson ou envelhecimento. O projeto é uma iniciativa multidisciplinar e multimodal, baseada na experiência de trabalho conjunto de diferentes unidades da Universidade de São Paulo, além de novos parceiros estratégicos, como o IMREA e o IPT. O projeto visa superar os desafios do custo elevado e da falta de adaptação das tecnologias assistivas às necessidades específicas dos usuários, seguindo os princípios da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O projeto foca na mobilidade, como um fator essencial para a qualidade de vida, o bem-estar e a inclusão social. Para isso, serão desenvolvidas soluções baseadas em cadeiras de rodas e em exoesqueletos de membros inferiores, que possam ser personalizados e ajustados conforme as demandas dos usuários. O projeto também contempla a criação de uma rede de sensores, que permita monitorar a postura, o movimento e a interação do usuário com o ambiente, e fornecer informações para o tratamento e a prevenção de complicações. Além disso, o projeto envolve a avaliação, a padronização e a normatização dos dispositivos de assistência, para auxiliar a ANVISA e a ABNT na regulamentação dessas tecnologias. O projeto também busca produzir as análises necessárias para subsidiar o processo de incorporação de novas tecnologias e de elaboração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, seguindo os critérios da avaliação de tecnologias de saúde.Considerando as necessidades de prover à população brasileira produtos assistivos e serviços de qualidade e com um custo razoável para o sistema de saúde, a proposta é conceber dispositivos que sejam compatíveis e modulares.A modularidade consiste em definir um sistema básico, sobre o qual se podem acrescentar módulos dependendo das necessidades dos usuários, acompanhando-os durante o processo de reabilitação e apoiando a sua inclusão social. Podemos pensar, por exemplo, em uma cadeira de rodas ou um exoesqueleto para crianças que consiga, por meio desta modularidade, acompanhar parte do crescimento. Em outro exemplo, uma mesma cadeira de rodas que possa ser adaptada para diferentes usos: ao ar livre, em ambientes fechados ou em atividades esportivas. Desde o ponto de vista dos exoesqueletos, por exemplo, os módulos poderiam ser constituídos por diferentes articulações com diferentes atuadores e sensores dependendo das necessidades do usuário. A modularidade permite a customização necessária para atender as necessidades dos usuários e a redução de custos, se inclui-se outro ingrediente: a compatibilidade.Com o intuito de conseguir que diferentes módulos possam ser integrados, será necessário definir requisitos de compatibilidade mecânica e eletrônica para a cadeira de rodas e para o exoesqueleto de membros inferiores. De fato, o uso do exoesqueleto deverá ser compatível com o uso da cadeira de rodas, oferecendo ao usuário a autonomia da cadeira de rodas com a possibilidade de bipedestação e caminhada do exoesqueleto. Além disso, a possibilidade de criar um padrão de compatibilidade para incorporar módulos permite a entrada no mercado de diferentes empresas que possuam a capacidade de fabricação dos mesmos.Por exemplo, se conseguirmos definir uma estrutura para a cadeira de rodas com uma série de requisitos de materiais, mecânicos e dimensionais para acoplar encostos e assentos compatíveis, haverá um grande grupo de empresas com a capacidade de fabricar esses módulos com uma consequente redução de custos. Da mesma forma, se definirmos um padrão de barramento eletrônico para conectar sensores e atuadores na cadeira de rodas e no exoesqueleto, será possível incorporar a modularidade e, ao mesmo tempo, reduzir o custo do produto final. (AU)
A agricultura é um dos setores estratégicos de maior importância para a sociedade, gerando alimento para a população e renda para um grande número de pessoas ligadas às diferentes cadeias de produção agrícola. Algumas pragas, doenças e plantas daninhas ainda causam grandes prejuízos ao setor, chegando a inviabilizar a produção agrícola quando ocorrem em altas infestações, em determinadas regiões. O controle químico ainda tem sido o principal método de controle dessas pragas e doenças, causando grandes problemas para a agricultura, podendo-se citar a seleção de linhagens resistentes de pragas aos defensivos agrícolas, intoxicação de agricultores, presença de resíduos tóxicos em alimentos e contaminação ambiental. A dificuldade para a descoberta de novos grupos químicos efetivos para o controle de pragas e doenças, os custos cada vez mais elevados para o desenvolvimento e registro de defensivos químicos, além das contínuas proibições de uso de diferentes moléculas no Brasil e nos países importadores dos produtos agrícolas, têm tornado insustentável o controle de pragas e doenças apenas com o uso de defensivos químicos. O objetivo da criação do "Centro de Manejo Sustentável de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas" é unir esforços de pesquisadores de diferentes instituições, públicas e privadas, para o estabelecimento de novas estratégias, com ênfase no uso de agentes de controle biológico e variedades resistentes, para o manejo sustentável de algumas pragas e doenças de grande relevância para a agricultura. Pesquisadores do Instituto Biológico (IB) em parceria com pesquisadores de diversas instituições do Brasil e do exterior têm desenvolvido vários estudos envolvendo o uso de agentes de controle biológico (insetos e ácaros predadores, nematoides, fungos, Trichoderma, bactérias, vírus), extratos de plantas e tecnologias de RNAi, obtendo-se resultados promissores para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, em condições laboratório e campo, porém, muitas dessas tecnologias nunca chegaram a ser utilizadas pela maioria dos agricultores, por falta de recursos financeiros e/ou de tecnologia disponível para a produção em larga escala (com qualidade e baixo custo), para viabilizar o uso dessas tecnologias em programas de manejo integrado de pragas e doença na agricultura. Para atender a ação multidisciplinar que o problema impõe, o "Centro de Manejo Sustentável de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas" deverá desenvolver atividades em três plataformas: 1) Novas estratégias de manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, com ênfase no uso de agentes de controle biológico de pragas e doenças; 2) Impactos ambientais do uso dessas novas tecnologias nos agroecossistemas; 3) Impactos econômicos e sociais do uso dessas novas tecnologias no estado de São Paulo. A proposta tem como instituição sede o Instituto Biológico e conta com a participação de instituições parceiras estratégicas como o Instituto Agronômico (IAC) (Centros de Citros, Cana-de-açúcar e Café), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Departamento de Descentralização do Desenvolvimento (DDD)/APTA, FATEC Pompéia, Universidade de Araraquara (UNIARA), Embrapa Mandioca e Fruticultura, UNESP de Jaboticabal e Fundecitrus, entre outras. As principais culturas a serem pesquisadas são: citros, cana-de-açúcar, café e hortaliças. O Centro de Pesquisa proposto deve favorecer o desenvolvimento e o registro de diversos novos biopesticidas para uso na agricultura no Brasil e a criação de diversas startups por alunos de graduação e pós-graduação envolvidos nas pesquisas. (AU)
O setor de produção de bovinos de corte no Brasil é grande responsável pelo crescimento econômico, considerando o mercado mundial de exportação de carnes. No entanto, a alta produtividade pode ocasionar déficits ambientais como a emissão dos gases de efeito estufa (GEE). Atender a demanda mundial de produção de proteína animal com sustentabilidade, segurança alimentar e bem-estar animal é um tema bastante relevante. Nesse sentido, a idealização de um Centro de Pesquisa visando a Neutralidade de Carbono do Sistema de Produção de Bovinos de Corte, que divulgue os resultados por meio de um Comitê de Comunicação, em parceria com o setor produtivo e com Universidades e de Instituições internacionais de alta referência, será fundamental para gerar recursos que amenizem os impactos ambientais concomitantemente ao desenvolvimento econômico. Nesta proposta, o Instituto de Zootecnia será a Instituição Sede, as empresas do setor serão as Instituições Parceiras e as universidades e instituições de pesquisa nacionais e internacionais serão as Instituições Associadas, além da colaboração da Consultoria Internacional. A proposta técnica visa determinar as emissões e estabelecer estratégias de mitigação de GEE, em sistemas de produção de bovinos de corte, com o intuito de desenvolver tecnologias aplicáveis e transferir este conhecimento à cadeia produtiva. Esta proposta envolve a criação da plataforma tecnológica para intensificação do sistema produtivo de bovinos de corte visando a neutralidade de carbono do sistema, baseados nas plataformas de pesquisa de mensuração de metano entérico e outros GEE, do balanço de carbono em ecossistemas de pastagem, de tecnologias e estratégias nutricionais, da programação fetal, reprodução, bem-estar de bezerros e da integração de estratégias genômicas para otimizar os sistemas de produção. Todas essas informações serão utilizadas para a criação de uma plataforma tecnológica de estratégias que otimizem os recursos genéticos integrados aos recursos econômicos e ambientais abrangendo todo o conjunto de dados gerados por esta complexa rede de conhecimentos. A divulgação desse Centro e dos resultados obtidos nesta proposta será responsabilidade do Comitê de Comunicação com a colaboração do Comitê de Parcerias que deverá organizar e firmar investimentos futuros para continuidade do trabalho. Projeta-se para este Centro a capacidade de atender as demandas de ampliar a área de produção com sistemas de pecuária sustentáveis para a consolidação do plano ABC+ (Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária). (AU)
Esta proposta visa criar um Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) voltado para a elaboração de estratégias de restauração da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica (Estratégia Mata Atlântica - CCD-EMA). O projeto tem como objetivo gerar informações, apresentadas na forma de ações estratégicas, visando a implementação dos compromissos de restauração de vegetação nativa neste bioma, definidos em iniciativas estaduais, nacionais e internacionais, caminhando em paralelo com a Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, das Nações Unidas. Dentre as metas para as quais serão apresentados planos estratégicos, destaca-se o Desafio de Bonn, o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), o Programa de Regularização Ambiental, e o Plano de Ação Climática do estado de São Paulo - "Net Zero 2050", que atende às campanhas da ONU, "Race to Zero" e "Race to Resilience". O Net Zero 2050 paulista é uma demanda de interesse direto da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) de SP. A abordagem de pesquisa se baseia na divisão em três desafios que se intersectam (restauração via mecanismos de comando e controle, compromissos voluntários incentivados, e em benefício de Unidades de Conservação e remanescentes de vegetação nativa), contidos dentro de um desafio maior (estabelecimento de custos de implementação e possíveis linhas de financiamento). Iremos avaliar cenários espacialmente explícitos de restauração pela combinação de (a) mecanismos de comando e controle, principalmente a regularização ambiental da Lei de Proteção da Vegetação Nativa (LPVN - "novo Código Florestal", Lei nº 12.651, de 2012), (b) com compromissos voluntários incentivados (e.g. programas de pagamento por serviços ambientais e incentivo ao mercado de carbono). Outro aspecto a ser considerado é a (c) expansão das áreas protegidas, definindo áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação, assim como a restauração prioritária visando o benefício para as Unidades já existentes, com a sua conexão através de corredores e outras formas de restauração ou proteção de remanescentes rumo à integração e sinergia em um contexto de melhor funcionamento da paisagem natural. Os cenários pretendem explorar complementaridades e sinergias, identificando e elaborando estratégias que permitam facilitar e otimizar a restauração necessária. Para tanto, levaremos em consideração as áreas complementares de elevado valor de restauração, a situação fundiária, o perfil dos proprietários rurais envolvidos e os mecanismos de incentivo necessários para promover a restauração necessária. A metodologia envolve o desenvolvimento de modelos geoespaciais e temporais analíticos e preditivos, com uso de determinantes espaciais, biofísicos e socioeconômicos, também em um contexto de mudanças climáticas, e a geração de dados primários alinhados às necessidades de informação dos atores envolvidos (gestores públicos, sociedade civil, investidores, produtores rurais, órgãos de regulação e monitoramento, entre outros). Os resultados serão divulgados de maneira ampla, acessível e de forma clara para cada grupo de interesse, durante todo processo de geração de resultados; além de sua publicação em meios científicos. A atuação do grupo de pesquisadores se dará no formato de intercâmbio de ideias e soluções, em conjunto com as instituições parceiras, integrantes do terceiro setor e de gestores públicos, valorizando o conhecimento científico, experiência técnica e de legislações, com o propósito de elaboração de soluções com alta probabilidade de se tornarem ações efetivas e políticas públicas no âmbito da Mata Atlântica do estado de São Paulo. (AU)
Os avanços tecnológicos surgem continuamente para melhorar a descoberta, a modificação racional, a produção e a purificação dos biofármacos. A identificação de diferentes espécies de microrganismos provenientes da biodiversidade brasileira, usando estratégias inovadoras, deve ser realizada visando a descoberta de hospedeiros alternativos para expressão heteróloga. O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) - Unidade de Pesquisa Translacional da UNESP - desde a sua fundação prospecta e desenvolve moléculas candidatas visando a produção de biofármacos. Dois bioprodutos denominados respectivamente "Selante de Fibrina" e "Soro Antiapílico" foram desenvolvidos por nosso time e já atravessaram o "Vale da Morte", estando aguardando investimentos para pesquisa clínica fase III e posterior registro na ANVISA para a sua distribuição na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Para atender a última etapa da pesquisa fase III o produto necessita de Boas Práticas de Fabricação. Para contornar este desafio os pesquisadores submeteram ao Ministério da Saúde a construção da Fábrica de Lotes Piloto de Biofármacos para Pesquisa Clínica, única na América Latina, que foi aprovada e licitada pela UNESP em agosto de 2021 no valor de R$ 12.222.222,20. Esta Fábrica-Escola irá atender demandas internas, de outras instituições de pesquisa do Brasil, bem como do exterior pois funcionará como uma CDMO (Contract Development and Manufacturing Organization). O Centro de Ciência Translacional e Desenvolvimento de Biofármacos proposto neste projeto, além de dar continuidade aos produtos existentes, irá desenvolver e implantar plataformas para prototipagem de moléculas recombinantes para um novo selante de fibrina 2.0 visando melhorar seu desempenho como cicatrizante; pesquisar e produzir anticorpos mono e policlonais contra o Sars-Cov-2, e por fim implantar uma plataforma para o diagnóstico sorológico contra a COVID-19 baseada em antígenos recombinantes. As tecnologias de produção de anticorpos e de diagnóstico sorológico poderão ser transladadas para atender outras doenças virais dada a versatilidade e aplicabilidade da proposta. Para viabilizar o projeto, os postulantes lotados na UNESP (Unidade sede), USP e Institutos Biológico, Adolfo Lutz e Emilio Ribas (Instituições parceiras), além de instituições colaboradoras estrangeiras colocarão seus maiores esforços para a realização das metas estabelecidas e concretizar os projetos e subprojetos propostos. Teremos ainda a participação de pesquisadores visitantes da KU Leuven da Bélgica, e SRM University Delhi-NCR da Índia. As contrapartidas econômica e financeira são respectivamente de R$ 10.280.728,92 e R$ 25.808.341,92, além do compromisso da UNESP de contratar 3 pesquisadores e 3 técnicos no valor de R$ 4.056.378,75 pelo período do projeto. Caberá à FAPESP o valor total de R$ 9.780.662,81 incluindo para equipamentos apenas R$ 89.052,00 (nacionais) e U$ 89.277,14 (importados) - já inclusos no valor total do projeto. (AU)
A proposta da criação do Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT), encaixa-se dentro da chamada de Centros de Ciência para o Desenvolvimento da FAPESP, uma vez que trata de um importante tema de saúde pública, inclusive no Brasil, com grande impacto social e econômico. Esse centro irá contribuir para obtenção de dados epidemiológicos e de custo-benefício dos tratamentos, praticamente desconhecidos em nosso país, e que poderão auxiliar em estratégias de política pública. Uma importante ferramenta, o desenvolvimento de um aplicativo para uso desde o diagnóstico até a orientação final ao paciente, poderá auxiliar no atendimento de qualidade aos pacientes atendidos no SUS. Também a criação de escores de predição de trombose venosa em pacientes com câncer e de complicações do tromboembolismo venoso (TEV), como a síndrome pós-trombótica (SPT), a recorrência, a hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTC) e o óbito decorrente da doença vascular poderão ser valiosos para uso no território nacional e internacional. A busca por novos biomarcadores em pacientes com trombose aguda, ou câncer e trombose, além de poder ser incorporados aos escores de predição, também poderão ser explorados em inovação, com desenvolvimento de kits laboratoriais para detecção rápida. A capacitação dos laboratórios de hemostasia e a implantação de um serviço de controle de qualidade externo é mais um passo à frente na qualidade para o diagnóstico e tratamento dos pacientes com TEV. E finalmente, parcerias com setores privados permitirão investigar a rivaroxabana e Biocurativo 3D de células mesenquimais na SPT e úlceras venosas, respectivamente. (AU)
As projeções de crescimento da população mundial mostram que haverá a demanda de uma quantidade maior de alimentos, fibras e energia, impondo o aumento da produtividade agrícola, a redução de custos e o uso sustentável dos recursos naturais. Adicionalmente, fatores como as mudanças de hábito dos mercados consumidores, aumento da incidência de eventos climáticos extremos, além da longevidade da população urbana e a diminuição da mão de obra no meio rural são desafios ainda não superados. Desta forma, é fundamental considerar o processo de transformação digital no campo, com a inclusão cada vez maior de equipamentos e sensores, que coletam e geram dados com um volume significativo, superando a capacidade humana de processamento. A diversidade de dados que podem ser utilizados em todos os elos da cadeia produtiva, incluindo pré-produção, produção (dentro da porteira) e pós-produção, e as diversas escalas em que se encontram, são desafios de pesquisa relevantes para a Ciência da Computação, que pode contribuir com soluções inovadoras por meio da adoção de técnicas, métodos e algoritmos computacionais para manipular e compreender o inter-relacionamento destes dados de forma mais adequada, rápida e eficiente, dando subsídios aos agricultores para uma melhor tomada de decisão no campo. Entretanto, para que o Brasil seja capaz de garantir e ampliar sua posição de destaque nos mercados sustentáveis de alimentos, fibras e bioenergia, atendendo às crescentes demandas nacional e internacional por segurança alimentar, nutricional, socioambiental e climática, torna-se imprescindível superar as desigualdades no campo a partir de pesquisas, desenvolvimentos, inovações (PD&I) e de uma melhor difusão entre pequenos e médios produtores de tecnologias associadas à agricultura digital. Algumas dessas tecnologias inovadoras apontadas como críticas da transformação digital da agricultura são: computação em borda/nuvem, internet das coisas(IoT), mídias e redes sociais, big data, ciência de dados, inteligência artificial, realidade aumentada, robótica, conectividade ubíqua, aprendizado de máquina, gêmeos digitais, automação, biotecnologia e bioinformática, além da nanotecnologia.Nessa perspectiva, a PD&I associada ao uso das tecnologias digitais, visando os pequenos e médios produtores, se justifica por trazer oportunidades para a agricultura brasileira de modo a:* Inserir estes produtores no processo de transformação digital em curso, considerando a diversidade regional produtiva e de recursos naturais;* Promover o aumento da conectividade de dispositivos eletrônicos no campo, visando reduzir custos de implementação de ativos tecnológicos digitais;* Conectar múltiplos atores de cadeias produtivas, de modo a reduzir custos de transação;* Integrar tecnologias digitais nos processos produtivos rurais de forma efetiva e simples, visando gerar impactos socioeconômicos no curto e médio prazos;* Promover a capacitação tecnológica e o compartilhamento de conhecimento e de práticas, visando acelerar a adoção de ativos tecnológicos digitais pelos mercados;* Possibilitar novos modelos de negócios e operações no processo de transformação digital no campo, visando obter investimentos para a escalabilidade;* Induzir e fortalecer modelos de intensificação sustentável por meio de sistemas integrados de produção, visando ganhos de eficiência e produtividade agropecuária.O projeto intitulado "Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital(CCD-AD/SemeAr)"é parte integrante de um conjunto de ações que se complementam na iniciativa "SemeAr". A iniciativa SemeAr tem como objetivo ampliar a produção e a produtividade no agronegócio de maneira mais sustentável, em escala nacional, por meio do uso de tecnologias digitais e conectividade. (AU)
O Centro para Segurança Hídrica e Alimentar em Zonas Críticas tem o objetivo de prover soluções e aperfeiçoamentos no enfrentamento de problemas de segurança hídrica e alimentar no estado de SP, com ênfase na gestão de risco em escala local e regional, a serem trabalhados em zonas críticas com conexões de clima, água e vegetação. O plano científico está estruturado sobre eixos disciplinares de Hidroclimatologia e Hidrogeologia, e complementares entre si para buscarem soluções modernas, aplicáveis no âmbito das seguintes macrorregiões: Piracicaba-Capivari-Jundiaí; Alto Tietê; Alto Paraíba do Sul; Mogi-Guaçú; Pardo; Sapucaí-Grande e Alto Paranapanema. A proposta tem 7 temas de investigação estão delineados na proposta: 1) Escalas de trabalho em macrorregiões e zonas críticas; 2) Redes de monitoramento hidrológico e agrometeorológico; 3) Previsão climática; 4) Padrões geofísicos de água superficial e subterrânea; 5) Índices hidrológicos e agrometeorológicos; 6) Previsão de chuva de curtíssimo prazo; 7) Desafios hidroclimáticos em áreas urbanas. Na componente agrícola se focará a etapa de produtividade vegetal no campo dentro da cadeia de produção agrícola, por meio de informações aperfeiçoadas ao planejamento de plantio, irrigação, colheita e operações. Na componente hídrica propriamente dita, propõe-se aperfeiçoar as informações de previsibilidade hidrológica no curto prazo (1 a 4 dias), médio e longo prazo (30 dias a 6 meses) para auxiliar a tomada de decisão no planejamento de gestão de reservatórios e abastecimento; aperfeiçoar critérios de outorga para captação hídrica e demanda de irrigação, e na escala de curtíssimo prazo (1h) para alertas de tempestades severas com riscos de granizo e inundações. Na componente ambiental propõe-se qualificar e quantificar a conexão vegetação-clima nos desafios enfrentados com soluções baseadas na natureza, como a restauração da vegetação em áreas de cabeceiras e enfaticamente em nascentes e faixas ripárias, e nas áreas urbanas encontrar a adequação ótima entre infraestrutura verde/azul e infraestrutura cinza, visando o conforto térmico humano, a infiltração das águas pluviais, e efeitos no microclima como alternativas de adaptação aos extremos climáticos no presente. Finalmente, os índices hidrológicos, climáticos e agrometeorológicos serão estimados no clima futuro, em conformidade com projeções climáticas regionalizadas. (AU)
O CIDADES está preocupado com um problema particular de muitos países, mas bastante contundente no Brasil e no Estado de São Paulo: a distribuição espacial da renda onde as populações mais vulneráveis moram na periferia das cidades distantes dos postos de trabalho, estudo e de uma série de atividades complementares que influenciam na sua formação. Essa preocupação se deve ao fato de que essa distribuição desigual do espaço por faixa de renda acaba reduzindo as oportunidades ainda mais para as populações mais carentes. O CIDADES pretende trabalhar em quatro estratégias para aumentar as oportunidades das populações mais pobres morando nas periferias das cidades: 1. Melhorando a mobilidade dessas pessoas para acessar com mais qualidade e mais rapidamente as oportunidades concentradas nos centros de negócio. 2. Ajudando a criar políticas de habitação social que permitam que a população mais carente tenha a possibilidade de se localizar em áreas mais centrais. 3. Levando atividades de cultura, esporte, lazer e de ensino complementar, com ênfase em alfabetização digital e 4. Colaborar com o avanço do ensino à distância universal. Para que essa contribuição seja efetiva é necessário inovar nas políticas públicas que hoje em dia não conseguem atenuar esse problema tão grave. Para isso, o CIDADES pretende contribuir com o desenho de políticas públicas urbanas propondo soluções inovadoras para as prefeituras parceiras desse projeto trazendo as empresas para esse desenho conjunto. Em mobilidade há uma oportunidade de se integrar de maneira muito mais intensa os modais em particular as novas formas trazidas pelos aplicativos de e-hailing. Em habitação social existe a oportunidade de se utilizar o estoque de imóveis se aproveitando dos avanços nas plataformas de locação de imóveis. Na oferta de atividades há um ativo subutilizado, as escolas que já possuem estrutura para seu uso em horários fora do período escolar para complementar a educação de seus alunos, mas também se inserir na comunidade. Finalmente, os investimentos realizados pelas prefeituras no ensino à distância representam uma oportunidade de gerar uma plataforma universal de acesso a recursos que não dependem do seu local de moradia. A contribuição da academia no desenho dessa política, na definição de projetos pilotos e na avaliação dos impactos desses pilotos para melhorar o desenho das políticas para uma população mais ampla, é o que pretendemos entregar ao longo desses cinco anos de projeto. Para tal será criado um laboratório de experimentos bem como um laboratório de inovação aberta dentro do centro onde as três esferas (governo, setor privado e academia) possam se unir para desenvolver essas políticas baseadas em evidências. (AU)